Blog informativo sobre:
Neusa Santos Souza
ORG: EQUIPE Zora HURSTON
Biografia
Neusa Santos Souza nasceu em Cachoeira, Bahia, em 1951 (algumas fontes citam 1948), e faleceu em 2008 aos 57 anos de idade. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se especializou em psiquiatria e psicanálise. Neusa viveu em uma família fortemente marcada pela religião de matriz africana, o Candomblé, e pela cultura afro-brasileira.
SUA TRAJETÓRIA
Neusa se tornou uma referência na área da saúde mental e sua atuação era marcada pela humanidade e pelo compromisso com a justiça social. Neusa teve voz ativa na luta contra o racismo, participava de movimentos sociais e era uma defensora incansável da igualdade racial. Sua obra contribuiu para o debate sobre as relações raciais no Brasil e para a compreensão do sofrimento psíquico dos negros em uma sociedade racista.
Bibliografia
“torna-se negro”
(1983)
Obra fundamental para compreender as nuances da experiência negra no Brasil. Através de entrevistas em profundidade, Neusa Santos Souza analisa como esses indivíduos lidam com o racismo internalizado
A psicose: Um estudo lacaniano (1986)
Obra introdutória valiosa para estudantes e profissionais que desejam se aprofundar na psicanálise lacaniana e na compreensão da psicose.
O Objeto Da Angústia (1994)
Obra densa e complexa que oferece uma análise profunda e original da angústia na perspectiva lacaniana, sendo um importante recurso para pesquisadores e estudiosos da psicanálise.
Pioneirismo e impacto Neusa foi uma das primeiras vozes a denunciar o impacto do racismo na saúde mental da população negra no Brasil. |
Reconhecimento Através de sua atuação, Neusa explorou os desafios da formação da identidade negra em uma sociedade racista, contribuindo para a desconstrução de estereótipos e a valorização da cultura afro-brasileira. |
Psicologia do racismo Neusa foi uma das primeiras a abordar o racismo como fator determinante da saúde mental da população negra no Brasil. Sua obra desvendou os mecanismos da negação da negritude e seus impactos na subjetividade dos negros. |
Influência Duradoura Sua obra e pensamento continuam a inspirar e guiar pesquisadores, profissionais da saúde mental e ativistas em suas lutas pela igualdade racial e pelo bem-estar da comunidade negra. |
Legado
Neusa Santos Souza foi pioneira na análise das questões raciais sob a ótica da psicanálise e sua incansável militância antirracista a colocaram como referência fundamental na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
Seu legado continua a influenciar pesquisas, debates e ações de combate ao racismo e à promoção da diversidade.
“As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social”
Temas:
Relação com outros intelectuais
Vírginina Leone Bicudo
e a obra Atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo
Tanto Bicudo quanto Santos analisam as diferentes formas de discriminação racial que negros e mulatos enfrentam na sociedade brasileira, desde o racismo estrutural até as microagressões do cotidiano.
As autoras reconhecem a interseccionalidade entre raça e classe social, demonstrando como elas se articulam para moldar as experiências de negros e mulatos. Ambas as obras se concentram na análise das atitudes raciais, tanto dentro da comunidade negra quanto na sociedade em geral, e examinam como as percepções e as atitudes em relação à raça influenciam as interações sociais, as oportunidades de vida e a construção da identidade racial.
Elas consideram o legado da escravidão, a formação da sociedade brasileira e as estruturas de poder que perpetuam a desigualdade racial, fornecendo insights importantes sobre as origens e as manifestações contemporâneas do racismo.
Clóvis Moura
e a obra Sociólogia do negro brasileiro
Apesar da obra "Torna-se negro" ter um foco mais individual, sob a subjetividade dos negros em ascensão social, e a "Sociologia do negro brasileiro" adotar uma perspectiva mais ampla, entretanto, é possível tecer uma analogia entre os autores, percebe-se a argumetação que ambos intelectuais enfatizam, sobre a cultura e o movimento negro como ferramenta de luta por seus direitos, na construção de uma nova narrativa sobre a negritude, à exemplo, podemos relacionar a conceituação de “Grupo específico”, ideia compreende a resistência desses grupos oprimidos à dominação, articulando-se para oferecer para seus componentes marginlizados, os serviços sociais que seriam responsbilidade de instituições governamentais, por exemplo, o acesso a saúde ofertado por centros das religiões de matrizes africanas. Esse conceito teorizado por Moura, apresenta-se de forma prática no trabalho de Neusa Santos Souza, pois, a mesma opera seus atendimentos em colaboração com uma babalorixá, em um terreiro de Candomblé.
Sugestões
2021
QVVJFA: Quantas Vezes Você Já Foi Amado?
2017
Cabeças falantes
2013
Americanah
Álbum musical de Baco Exu do Blues
Filme curta metragem de Natasha Rodrigues
Obra literária de Chimamanda Ngozi Adichie
Para mais informações:
Consulte o site do Instituto Neusa Santos Souza:
Disponível no blog da UNICAMP “Enciclopédia Mulheres na Filosófia
Consultar o artigo “NEUSA SANTOS SOUZA E O “TORNAR-SE NEGRA/NEGRO” Enquanto projeto de autonomia através do discurso de si”
Disponivél na bibliográfia da pesquisadora Luiza Freire Nasciutti, e também afilhada de Neusa Santos Souza
Consultar episódio do Programa Espelho, Lázaro Ramos e Sandra Almada entrevistam Neusa Santos Souza
Disponível no YouTube
Obrigada!
Quem somos?
Naamaatália Lira Júlio, Mariana Soares da Silva, Maria Eugênia Amorim Galvão de Alcântara, Victoria Alexandrino Knoller.
Este WebSite é uma iniciativa de um projeto proposto pela disciplina Tópicos Especiais em Sociologia I (Outros Clássicos: Intelectuas Negros/as), ministrada pela profª Teresa Cristina Matos